É uma amarga ironia que os dois ganhadores do Nobel da Paz deste ano, uma paquistanesa e um indiano, vêm de países que estão travando uma batalha sangrenta na Caxemira. Na semana passada Paquistão e Índia interromperam um cessar-fogo de uma década, matando pelo menos 23 civis ao longo da disputada fronteira.
Em Oslo, naturalmente, a atenção está voltada para os dois ganhadores do prêmio da paz. O comitê voltou a premiar indivíduos depois de dois anos sucessivos em que concedeu a honraria a instituições — a União Europeia em 2012 e a Organização para a Proibição de Armas Químicas em 2013.
Em Oslo, naturalmente, a atenção está voltada para os dois ganhadores do prêmio da paz. O comitê voltou a premiar indivíduos depois de dois anos sucessivos em que concedeu a honraria a instituições — a União Europeia em 2012 e a Organização para a Proibição de Armas Químicas em 2013.
Do lado paquistanês, Malala Yousafzai, de 17 anos, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o prêmio. Muitos haviam apostado nela no ano passado. Ela é a garota que foi baleada no pescoço e na cabeça por talibãs paquistaneses dentro de um ônibus quando voltava da escola, em 2012.
Um porta-voz dos extremistas disse que ela foi atacada por suas “ideologias seculares”. Ela demonstra imensa coragem diante da repressão e do fanatismo que se difunde cada vez mais em seu país.AFP/Getty Images
A segunda figura premiada este ano é um homem hindu menos famoso que Malala, mas de importância equivalente. Kailash Satyarthi faz campanha contra a escravidão infantil na Índia e fundou o grupo Bachpan Bachao Andolan (Movimento Salve a Infância) em 1980. O grupo conta com 80 mil voluntários e foi responsável pela libertação de mais de 78.500 crianças escravizadas pelo país. Uma das formas mais comuns de exploração infantil na Índia é o uso de crianças para trabalho escravo, geralmente para pagar alguma dívida dos pais.
A segunda figura premiada este ano é um homem hindu menos famoso que Malala, mas de importância equivalente. Kailash Satyarthi faz campanha contra a escravidão infantil na Índia e fundou o grupo Bachpan Bachao Andolan (Movimento Salve a Infância) em 1980. O grupo conta com 80 mil voluntários e foi responsável pela libertação de mais de 78.500 crianças escravizadas pelo país. Uma das formas mais comuns de exploração infantil na Índia é o uso de crianças para trabalho escravo, geralmente para pagar alguma dívida dos pais.
Será que um prêmio atribuído em conjunto a países hostis pode melhorar a relação entre Índia e Paquistão? O Comitê do Prêmio Nobel da Paz talvez espere que sim, mas é improvável. Nenhum dos dois premiados fez questão até agora de lutar pela diplomacia entre os países vizinhos.
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