sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

POR QUE NIZAN GUANAES ESTARIA EM BUSCA DE UMA “NOVA” CLASSE ALTA SE A “VELHA” MÉDIA CONTINUA DANDO SOPA ATÉ SEM ÁGUA NO BRASIL? -

O artigo de Nizan, com primeira publicação na RG, depois repicado mundo afora, continua disponível pra quem quiser ler em diversos endereços pela web.
Mas antes de ir adiante, quem estiver lendo este texto, reflita sobre como se define a classificação social no Brasil com cuidado, para não misturar  alhos com migalhas: quantos aparelhos de TV há na sua casa, quantos banheiros, quantos computadores, quantos celulares, quem já fez curso superior na família (vale à distância), qual o sabor da pizza que você comeu ontem...

Exatamente. Pode ser que você realmente pertença à classe A, mesmo que esteja morando num bairro afastado do Jardim América, quer dizer, Europa, ou de Miami, quem dirá de New York. Mais facilzinho ainda é pertencer à classe média hoje em dia.

 Está quase todo mundo nesse caldeirão, exceto os pobres realmente, aqueles que precisam da sopa dada por não ter o que comer, seja em São Paulo, no Rio, no Norte, no Nordeste, no Sul, enfim, em qualquer lugar do nosso país, inclusive em New York, mesmo com a possibilidade de frequentar os arredores do Central Park.

QUEM NASCE PRA SER TOSTÃO PODE CHEGAR A SER UM PELÉ?
Se chegamos até este segundo parágrafo e o leitor vem acompanhando meu raciocínio, pule comigo ao passado rapidinho – se fo r muito jovem para este saltinho, vá pesquisar, desculpe, juro que não é nada pessoal. Quando Hebe Camargo e


 

Dercy Gonçalves deixaram de pertencer, primeiramente à classe pobre para ingressar na média e, posteriormente, à média para ingressar na classe alta, o que aconteceu de diferente na vida destas duas grandes cidadãs e estrelas brasileiras?

Como os aplausos e as críticas impulsionaram suas carreiras e em qual direção, sob quais condições, servindo à mídia brasileira e ao seu público sob qual prisma? Em paralelo, as vidas pessoais de ambas refletiam com a mesma intensidade e sob o mesmo impacto cultural as conquistas da mulher pobre brasileira que ficou rica trabalhando?

Tente se lembrar, se a memória lhe permitir, ou jogue no Google, as imagens das duas senhoras e não tenha dúvida alguma de que ambas ficaram ricas com o fruto do próprio trabalho, de acordo com as condições exigidas pelo trabalho de ambas em suas respectivas esferas artísticas e casas contratantes , isto é, nenhuma delas nunca fez nada que não quisesse fazer, assim como as duas sempre fizeram o que quiseram fazer, dado o respeito que tinham como aval conquistado junto ao público.


 Nizan quer uma “nova” classe alta mais parecida com Hebe Camargo, com Dercy Gonçalves ou, preocupado, de fato, com questões socioculturais, ele quer uma classe alta mais parecida com Lyli Marinho e Carmem Mayrink Veiga? Espere um pouquinho: cadê Gisele Bündchen, cadê Xuxa, cadê Luciana Gimenes, cadê Adriane Galisteu, cadê Glória Maria nesta minha listinha? Não estamos falando – nem era sobre o que Nizan dizia, talvez –

 somente sobre elegância feminina, boa formação, boa informação, boa educação e bom gosto, não é mesmo?
Gisele Centenaro
/Imagens ilustradora Christian Schloe/goole

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