Olhar de Nise –
filme conta a vida da mulher que revolucionou
sistema psiquiátrico no Brasil– é exibido em dois festivais na Europa e outro nos EUA
100th Birth Anniversary Nise da Silveira
A jovem psiquiatra alagoana Nise da Silveira revolucionou o sistema psiquiátrico no Brasil e foi exemplo para o mundo.
A vida desta mulher extraordinária é contada em Olhar de Nise, que será exibido nesta segunda-feira, 9 de maio, às 19h, no Cinema São Jorge, em Lisboa, Portugal.
A obra de Jorge Oliveira e Pedro Zoca disputa a competição de documentários do FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que prossegue até dia 11 de maio.
O realizador e roteirista Jorge Oliveira, e a produtora Ana Maria Rocha estão em Lisboa para prestigiar a exibição do filme que esta semana também foi apresentado e ganhou prêmios em outros dois festivais internacionais:
o Vail Film Festival, na cidade de Vail, no Colorado, Estados Unidos,
e o Derby Film Festival, em Londres, Inglaterra.
A história – Revolucionária, nos anos 1940, Nise ficou quase um ano presa acusada de comunismo.
Ao sair da prisão e voltar ao hospital onde trabalhava, o Dom Pedro II, em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, rebelou-se contra os métodos agressivos de tratamento psiquiátrico – eletrochoque, lobotomia, choque insulínico – e adotou a arte-terapia no tratamento dos pacientes.
Nise trabalhou com
o artista plástico Almir Mavignier que formou ateliers de pintura e modelagem no Hospital Engenho de Dentro.
O resultado de todo o processo não só ajudou os pacientes a transformarem-se, como muitos chegaram a ser grandes artistas.
Os seus quadros – cerca de 350 mil – estão no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro.
Alagoano como Nise, Jorge Oliveira fez diversos documentários sobre seus conterrâneos, como o escritor Graciliano Ramos, o ex-Presidente da República, Floriano Peixoto, e o operário Manuel Fiel Filho, assassinado em São Paulo. “Fiquei uns 20 anos querendo
fazer um filme sobre Nise. Conheci um sobrinho dela, fiz muitas pesquisas e cada vez mais via
a potencialidade da história dessa mulher”, explicou Jorge. O realizador e a produtora Ana Maria Rocha foram
até a Alemanha entrevistar
o artista Almir Mavignier, já com 90 anos. Além disso, conseguiram, junto ao amigo Ronaldo Duque, de Brasília, entrevistas concedidas por Nise. Estas foram editadas e apresentadas no filme, que traz também relatos dos seus amigos, colaboradores, intelectuais e ex-pacientes com quem conviveram.
Jorge Oliveira e Ana Maria Rocha vivem em Brasília. Até novembro deste ano, prometem colocar o Olhar de Nise nas principais salas de cinema do Brasil. Jorge, além de realizador e roteirista, é escritor e está concluindo o livro Caatinga, que conta a história de duas famílias inimigas da cidade de Olivença, em Alagoas, no Brasil. cujos membros se mataram durante quase 50 anos.
Ana Maria Rocha, jornalista e produtora, entre outros trabalhos e funções, realizou o documentário Mulheres de Língua Portuguesa para a TV Educativa do Brasil, quando trabalhava na CPLP. Pela primeira vez, Ana participa do FESTin:
“Esse universo lusófono me interessa e no FESTin me emocionou especialmente ver os filmes de Brasília. É fantástica essa ideia do intercâmbio, de todos falarem a mesma língua e poderem também fazer parcerias”, comentou.
Outras informações sobre o Olhar de Nise estão no site http://olhardenise.com/#o-filme
Toda a programação pode ser consultada aqui.
O FESTin é organizado pela ASCULP- Associação Cultura e Cidadania da Língua Portuguesa, em coprodução com
o Cinema São Jorge e parceria estratégica com a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.E.M. e conta com o apoio financeiro da CML – Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Ticketline: Reservas/Informações: Ligue 1820 (24 horas) | A partir do Estrangeiro ligue +351 21 794 14 00
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