“Eu não pinto os meninos pobres apenas porque o público gosta de tais imagens e me paga para eles, mas porque eu amo os meninos a mim mesmo, pois eu também já fui um rapaz pobre como eles”.
Engraxates, hoje em dia, quase inexistentes, antigamente muitos. A tradição remete ao ano de 1806. Mas foi durante a 2º Guerra Mundial (1939-1945) que apareceram os “sciusciàs”, garotos que para ganhar qualquer coisa lustravam as botas dos militares, além de terem cópias de jornais, goma de mascar (comprada por muitos soldados, para evitar congelar os maxilares durante as emboscadas noturnas) e doces.
Ao termíno da guerra muitos destes garotos sumiram pelas ruas da Itália. Após a imigração italiana aparece, por volta de 1877, na cidade de São Paulo, Brasil, os primeiros engraxates. No início eram poucos, de 10 a 14 anos, todos italianos e percorriam as ruas, das seis horas da manhã até o anoitecer, com uma pequena caixa de madeira com suas latas, escovas e outros objetos. As cadeiras de engraxate foram inventadas por Morris N. Kohn em 1890.
Muitos deles tinham quase sempre um cachorro como companheiro… Neste aspecto não muito difere do mendigo de hoje em dia, que não larga seu cachorro, mesmo na miséria!
… muito bem representado nas telas de John George Brown.
Os jornaleiros da época da guerra e pós-guerra. Era comum meninos venderem jornais pelas ruas. O mais interessante é que os mesmos, além de gritarem o nome do jornal, tinha que gritar o furo (a notícia mais bombástica) mais importante do jornal. Somente assim, algumas pessoas tomavam a iniciativa para adquirir o jornal.
Entre o engraxate, o jornaleiro, havia também os vendedores de frutas e flores…
A tela abaixo quer dizer; Comer os Lucros. Imagine a pobreza destas crianças! Comiam o que vendiam!(Pelo menos estavam livres de agrotóxicos).
Onde falta um botão, há um buraco para lindas flores e meiguice…
E por fim… Vejam o título desta tela abaixo, não muito diferente do que se escuta hoje dos vendedores de rua…
TRÊS POR CINCO. Quer comprar? Vai levar?
John George Brown pintou outras diversas telas, em todas há uma face da pobreza, vida humilde e trabalhadora. Crianças de rua. Camponeses. Obras realistas. Que refletem um tempo que se foi, deixando marcos e reflexões.
FoNTES
Vida e Obra John George Brown: http://migre.me/8WjQH http://migre.me/8WkJy
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