segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Morre o sociólogo e filósofo Zygmunt Bauman

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“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.”Resultado de imagem para filósofo Zygmunt Bauman caricatura
Zygmunt Baumany, sociólogo e filósofo polonês, morreu nesta segunda-feira, aos 91 anos, em Leeds, na Inglaterra, onde vivia há anos, segundo informou o jornal de seu país de origem, Gazeta Wyborzca
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 Era considerado um dos intelectuais mais importantes do século XX, tendo se mantido ativo e trabalhando até os últimos momentos de sua vida.
Citando Zygmunt Bauman: É preciso (des) construir uma "nova" forma de vida para equilibrar, em certa medida, nossa existência no planeta (tendo sempre em mente que quando nos esvaziamos do Sagrado transformamos o mundo em Zona do Desespero). [grifos pessoais]:
O emérito sociólogo polonês Zygmunt Bauman nasceu no dia 19 de novembro de 1925, em Poznán. Ele principiou sua trajetória acadêmica na Universidade de Varsóvia, mas logo foi obrigado a deixar a academia, em 1968, ao mesmo tempo em que sua obra era proibida neste país.
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Sem muitas perspectivas, o sociólogo abandonou sua pátria e partiu para a Inglaterra, depois de passar pelo Canadá, EUA e Austrália. No início da década de 70 ele assumiu o cargo de professor titular da Universidade de Leeds, permanecendo neste posto por pelo menos vinte anos. Aí ele teve contato com o intelectual que inspiraria profundamente seu pensamento, o filósofo islandês Ji Caze.
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Grande parte de sua obra já foi traduzida no Brasil. Seus livros são povoados por idéias sobre as conexões sociais potenciais na sociedade contemporânea, nesta era comumente conhecida como pós-modernidade.
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 Os estudos sociológicos lhe permitem refletir sobre a angústia que reina nos sentimentos humanos, emoção despertada pela pressa de encontrar o parceiro perfeito, sempre mantido como meta ideal, nunca como realidade concreta.
Assim, os casais procuram manter relacionamentos abertos, que lhes possibilitem uma porta de saída para novos encontros. A insatisfação está, portanto, constantemente presente na esfera da afetividade humana.
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 As pessoas desejam interagir, buscam a vivência do afeto, mas não querem se comprometer. 

Zygmunt Bauman:
É o que Bauman chama de amor líquido, vivenciado em um universo marcado pelos laços fluidos, que não permanecem, não se estreitam, desobedecem à lei da gravidade, ou seja, à ausência de peso.
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 O que provoca a famosa 'insustentável leveza do ser', preconizada pelo escritor tcheco Milan Kundera.
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Bauman crê que os relacionamentos a dois não podem se desenrolar à parte da cena social, das regras do jogo estabelecidas pela sociedade global. 
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Nada pode, segundo ele, fugir deste complexo panorama, do moderno fenômeno conhecido como globalização. 
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Aliás, este autor é também famoso por suas agudas pesquisas sobre os vínculos entre os tempos modernos, o Holocausto e o frenético consumo da era pós-moderna.
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Para o sociólogo, a fluidez dos vínculos, que marca a sociedade contemporânea, encontra-se 
inevitavelmente inserida nas próprias características da modernidade, discussão esta que está perfeitamente retratada nas primeiras obras do autor.
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 É impossível fugir das consequências da globalização, com suas vertiginosas ondas de informação e de novas idéias.
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 Tudo ocorre com intensa velocidade, o que também se reflete nas relações entre as pessoas.
No Brasil é possível encontrar pelo menos dezesseis de seus livros traduzidos para o português, todos pela Jorge Zahar Editor. 
Ceguera moral: la pérdida de sensibilidad en la modernidad líquida / Zygmunt Bauman. - Barcelona. Paidós, 2015, 271 p.:
Entre eles os principais são
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 Amor Líquido, Globalização: as Conseqüências Humanas e 

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Vidas Desperdiçadas. Em 1989 ele conquistou o prêmio Amalfi, por sua publicação Modernidade e Holocausto; em 1998, obteve a premiação Adorno, pela totalidade de sua obra. 
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 Bauman lecionava nas Universidades de Leeds e de Varsóvia.
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Bauman era criador do conceito de "modernidade líquida", – uma etapa na qual tudo que era 
zygmunt bauman:
sólido se liquidificou, e em que “nossos acordos são temporários, passageiros, válidos apenas até novo aviso”.
imagens retiradas google, ilustrada  regina bittencourt.

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