quarta-feira, 18 de outubro de 2017
ORWELL E A PÓS-VERDADE
Os seis conselhos de Orwell para escrever bem são muito conhecidos, mas ultimamente se fala bem mais de outro texto de Orwell: o romance 1984, publicado em 1949, três anos depois de A Política e a Lingua Inglesa.
O clássico sempre foi popular (a primeira adaptação cinematográfica foi feita em 1956), mas nos últimos meses foi bastante citado em referência à pós-verdade e às notícias falsas.
Um exemplo: esse fragmento que poderia explicar a diferença entre uma mentira e uma pós-verdade.
https://youtu.be/M-0srVVZ8_g
Aqui a palavra -chave é preto-branco. Como tantas outras palavras da novilíngua, também esta tem dois sentidos antagônicos.
Aplicada a um opositor, significa o hábito de afirmar sem pudor que o preto é branco, contrariando a evidência dos fatos.
Aplicada a um membro do Partido, designa a lealdade diligente em afirmar que o preto é branco quando a disciplina do Partido assim exige.
Mas significa também a capacidade de acreditar que o preto é branco, e mais ainda, de saber que o preto é branco, e esquecer que alguma vez se tenha pensado o contrário. Isso
fonte: EL PAÍS imagens googleimplica a constante alteração do passado, só possível pelo sistema de pensamento que na verdade abarca todo o resto, e que se designa na novilíngua pela palavra duplipensar.
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