Recomendo os dois livros do Embaixador Raul de Taunay "O Andarilho de Malabo e relembro que o lançamento será amanhã, a partir das 18h30, na Livraria Dom Quixote do Gilberto Salomão, em Brasília.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
domingo, 25 de outubro de 2015
Escritora Jane Austen A Abadia de Northanger
A Abadia de Northanger é certamente menos famoso do que outros romances de Jane Austen como
Orgulho e Preconceito e
Razão e Sensibilidade. Mas não é menos divertido ou charmoso. Ele tem todas essas coisas boas Austen: vilões desprezíveis, bolas emocionantes e, é claro, um herói arrojado.
Para ser honesto, ele me levou mais tempo do que eu esperava para terminar este livro. Provavelmente porque o livro tenta criticar e zombar da literatura gótica, que estava em voga na época.
No entanto, Austen apresenta o paradoxo de bonito, delicado moças que apreciam histórias de horror de uma forma muito engraçada.
- Eu fiz uma lista de dez ou doze [novelas] do mesmo tipo para você.
- Mas todos eles são horríveis, tem certeza, todos eles são horríveis?
- Sim, muito certo; por um amigo meu, uma senhorita Andrews, uma garota doce, uma das criaturas mais doces do mundo, leu cada um deles.
Jane Austen foi uma proeminente escritora inglesa.
Tenho a sensação de que eu perca muito quando se trata de sátiras, porque eu não entender completamente o que está sendo criticado. Eu não estou familiarizado com a literatura gótica e muito menos com o hype em torno dela na época de Austen.
Em um diálogo entre Isabella e Catherine, o ex-diz ela preparou uma lista de romances góticos para eles para ler em conjunto:
A ironia que utiliza para descrever as personagens de seus romances a coloca entre os clássicos, haja vista sua aceitação, inclusive na atualidade.
Imagens Google
sábado, 24 de outubro de 2015
Carta de amor de Auguste Rodin de Camille Claudel, c. 1886
"Esta manhã eu corri ao redor (por horas) a todos os nossos pontos sem encontrar você. A morte seria mais doce!
E quanto tempo é a minha agonia.
Por que você não espere por mim no ateliê, onde você está indo? (...)
Em um único instante eu sinto a sua força terrível. Tenha pena, menina média. Eu não posso ir em frente.
Eu não posso ir um dia sem vê-lo. Loucura atroz, que é o fim, eu não vou ser capaz de trabalhar mais. Deusa malévola, e ainda assim eu te amo ... furiosamente.
(...) Deixe-me vê-lo todos os dias, o que seria uma boa idéia e pode me fazer melhor, pois só você pode me salvar com a sua generosidade.
Não deixe que esta doença lenta e horrenda ultrapassar a minha inteligência, o amor ardened e puro que tenho para você - em suma, tem piedade, meu amado, e você será recompensado ...
"Rodin
Imagens Google
Artista plstico russo Georgy Kurasov
Georgy Kurasov é um artista plástico russo, ele trabalha com pintura e escultura. Em seu
trabalho podemos ver que ele mistura o estilo figurativo do Art Decô com o cubismo,
explorando as cores e texturas de uma forma interessante e criativa.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
"As organizações tradicionais não vão sobreviver à Internet" via Bárbara Hartz
Especial para a Telequest: Bárbara Hartz entrevista Carlos Nepomuceno
30/09/2015 -
Carlos Nepomuceno é jornalista e consultor especializado em estratégia no mundo Digital, desde 1995 com foco no apoio à sociedade a lidar melhor com essa passagem cultural, reduzindo riscos e ampliando oportunidades.
Inovação Participativa: o que é e como ajudar as organizações tradicionais a se manter competitivas no ambiente digital?
Bárbara – Nepô, como se sentiu sendo um dos poucos brasileiros a participar do evento Internacional da Gartner?
Nepô – Bom, o convite para o Gartner sela um longo esforço de 20 anos de aulas, consultoria estratégica e pesquisa (com um mestrado e doutorado no meio) sobre o mundo digital. Depois de dois livros publicados, com mais de dois mil alunos, vários clientes atendidos, entre eles Petrobras, BNDES, Vale, Natura, ANTT, Prefeitura do Rio. Sinto-me honrado ao ver a nossa pesquisa periférica ao mainstream (que chamo brincando de Teoria Uber) ser discutida num evento internacional relevante.
A nossa análise sobre a Revolução Digital foi feita, de forma participativa, sem as pressões (ou mesmo intoxicações) que um ambiente acadêmico tradicional ou que uma grande empresa de consultoria sofrem.
E exatamente por causa disso chegou a conclusões bem diferentes das que estão por aí no mercado.
Bárbara – O que seria uma Teoria Uber?
Nepô – Tudo que já pensei e produzi sobre Internet foi publicado diretamente online, via blog, canal do Youtube, Slideshare, Twitter, Facebook , tudo construído com meus alunos, seguidores e clientes. Foi feito com e dentro das organizações e não nos muros altos e pouco receptivos para os problemas da sociedade por parte da academia, que ainda está no modelo de validação pelos pares e não por aqueles que sofrem os problemas.
Todas as palestras e aulas foram gravadas e colocadas gratuitamente na rede. Isso fez com que houvesse divulgação em nichos relevantes, muito debate e pudéssemos desenvolver o que chamo de "certezas provisórias", que apresento para as turmas dos meus clientes.
São hipóteses em aberto, a partir de um problema concreto, que defino assim:
"Quais são as prováveis causas e consequências da Revolução Digital e como as organizações podem se aproveitar das oportunidades e minimizar os problemas?"
Criamos, assim, um ambiente de diálogo aberto e eficaz em que todos participam para ajudar a aprimorar os conceitos, filtrando o que é produto do ego e das particularidades de cada um para algo que faz sentido para mais gente.
Chamo tal abordagem de processo de coo-vencimento (que ninguém vence ninguém) e todos lutam contra a nossa ignorância coletiva diante de um fenômeno tão diferente e esquisito que é a chegada da Internet na sociedade.
Abrimos, assim, os conceitos para que passem por um verdadeiro "corredor polonês" no qual as hipóteses são duramente questionadas por perfis de todos os tipos. E isso, ao contrário do que se imagina, fortalece muito os argumentos, tanto do melhor diagnóstico como do melhor tratamento.
Isso fez com que ao longo destes anos os conceitos fossem ganhando consistência e diversidade, o que nos ajudou a melhorar não só a teoria como também e a metodologia, pois o objetivo não é produzir conhecimento pelo conhecimento (um erro estratégico grave da atual academia), mas ajudar as organizações tradicionais a sair da atual sinuca de bico trazida pela Revolução Digital.
Foram centenas de horas de debate com pessoas que estão sofrendo o impacto do mundo digital, que foram depurando as fantasias e viagens e hoje temos algo bem consistente. É algo baseado em uma lógica e não na emoção.
Temos uma teoria (da complexidade progressiva) e uma metodologia (inovação participativa) construídas por brasileiros. E acredito que não deixa nada a dever ao que tenho visto lá fora, pelo contrário.
Bárbara – Qual foi o seu papel nesse processo?
Nepô – Meu papel foi e está sendo de ser um dos curadores desse intenso debate. Isso se desdobrou em uma metodologia, que chamamos de Inovação Participativa, que estou testando há três anos na IplanRio, empresa de tecnologia da Prefeitura do Rio, com um laboratório de inovação participativo, com mais de 100 alunos formados.
O laboratório procura, via tecnologias digitais, responder a perguntas do tipo: como usar a cultura digital para fiscalizar transporte público com 9 mil ônibus e apenas 40 fiscais?
Já avançamos bastante em termos conceituais em soluções baratas e eficazes para esse tipo de dilema, mas ainda estamos na fase de protótipos com algumas experiências pontuais já em andamento no Rio.
"A Internet inaugura um novo ciclo da história humana, na passagem do Homo Sapiens 2.0 (da governança sonora que imita o modelo dos mamíferos, das grandes manadas, com líderes-alfas bem definidos) para o 3.0 ( uma governança dos rastros que se aproxima das colmeias dos insetos, através do uso intenso de algoritmos, na qual os gestores mudam radicalmente de posição)."
Bárbara – Quais conclusões relevantes da pesquisa para as organizações que estarão no Gartner?
Nepô – Bom, em resumo, seria:
1) A Internet inaugura um novo ciclo da história humana, na passagem do Homo Sapiens 2.0 (da governança sonora que imita o modelo dos mamíferos, das grandes manadas, com líderes-alfas bem definidos) para o 3.0 ( uma governança dos rastros que se aproxima das colmeias dos insetos, através do uso intenso de algoritmos), na qual os gestores mudam radicalmente de posição.
2) O modelo de negócios das organizações tradicionais vai perder valor gradativamente por ter uma governança que está cada vez mais obsoleta, diante das ineficaz resposta que continua a dar por uma complexidade cada vez maior e que agora têm respostas mais adequadas. Acredito que muitas delas irão fechar, serão vendidas a baixo preço e outras ficarão na periferia do mercado. Estão, com certeza, deixando de ser locomotiva e passando a vagão;
3) A saída mais barata para continuarem competitivas é manter o negócio atual com atualizações incrementais sem grandes alterações e criar área separada (laboratórios de inovação participativa), no qual se fará o monitoramento, a prototipação e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, já com a governança nova, na passagem da gestão para a curadoria.
Bárbara – Isso não seria meio radical? Como é possível que organizações possam ficar obsoletas por causa da chegada de novas tecnologias?
Nepô – Não é a nossa análise que é radical, mas a mudança em curso que é fortemente radical e temos que entender por que isso ocorre, sem receio de parecermos malucos.
Confesso que, ao longo do tempo, eu mesmo me assustei com as conclusões da pesquisa, mas acho que só se consegue sair da caixa, olhando para a caixa e indo para uma caixa mais lógica que nos permita ter uma visão mais sofisticada e eficaz para pensar e agir.
A nossa espécie, diferente do que pensávamos no século passado (de que somos apenas uma espécie bio-cultural) dá lugar a percepção de que somos uma tecno espécie (tecno-bio-cultural), que não tem limites de crescimento demográfico.
Isso nos leva a ao que chamamos de Complexidade Progressiva.
Somos a única espécie do planeta que tem essa característica de crescer sem pedir licença para a natureza.
Não temos, como as outras espécies um tipo de escravidão genética. Porém, para crescer em termos demográficos, temos que, de tempos em tempos, superar crises macro-culturais, pois o que era bom para 1 bilhão não é mais adequado para 7 bilhões.
Simples e complexo assim.
Saltamos nos últimos 200 anos de 1 para 7 bilhões de habitantes e isso não se dá impunemente: gera uma nova complexidade quantitativa, tal como, por exemplo, a produção diária de 21 bilhões de pratos de comida (três refeições ao dia), bem como, de qualidade, pois cada novo habitante tem uma subjetividade e demandas particulares, do tamanho do pé diferentes a gosto culinários distintos.
Vejam o gráfico ao lado (dados ONU):
A sociedade moderna foi concebida e aceitou as receitas dos movimentos liberais clássicos, turbinados pelo papel impresso, que consolidou o capitalismo e a república há 200 anos, quando o nosso mundo tinha apenas 1 bilhão de pessoas.
E agora temos que repensá-lo para 7 bilhões de habitantes, turbinados por mais um ciclo macro-cultural-cognitivo.
Isso significa mudanças culturais profundas, que só se tornam viáveis a partir da chegada de novos tecno-códigos, que nos potencializam ainda mais. Estamos adotando os rastros dos insetos, em particular das formigas, simulados via algorítimos, que nos permitem lidar melhor com essa complexidade, que o pessoal chama, de forma equivocada de Big Data, pois não se trata de um problema técnico, mas macro-cultural.
Ou seja, a porteira se abriu para um Homo Sapiens 3.0, já em processo de mutação nas novas gerações. O que este novo Sapiens 3.0 quer agora é sair do armário e mudar a espécie e isso é uma oportunidade gigantesca para os negócios.
"Realmente, ao longo do tempo eu mesmo me assustei com as conclusões da pesquisa, mas é isso mesmo. A nossa espécie, diferente do que pensamos, é uma tecno espécie, que não tem limites de crescimento demográfico. Chamo a isso de Complexidade Progressiva."
Bárbara – Já temos por aí no mercado esse novo modelo de "governança das formigas"?
Nepô – Sim, é o que temos mais por aí no novo mundo digital, mas não nos damos conta. As formigas, diferente dos mamíferos, em função da quantidade de membros, não usam sons para resolver seus problemas, apenas rastros (feromônios), que são químicas deixadas no chão que permitem que haja um modelo de comunicação adequado para grupo de milhões de indivíduos em interação rápida.
No formigueiro temos tantas formigas circulando que se torna impossível que um gerente-formiga fique na porta ou do alto tentando organizar o movimento. Isso funciona num bando de lobos, de leões, ou de zebras, que são, no máximo, milhares, mas não milhões.
Um líder-alfa num formigueiro não tem função.
É justamente esse tipo de modelo de auto-gestão pelos rastros que estamos criando e simulando em vários projetos na Internet, tal como Mercado Livre, Estante Virtual, os aplicativos de táxi, o Google, o Youtube, o AirBnb.
Não há sons nesses projetos, apenas comunicação, via rastros, que permite que desconhecidos façam negócio com desconhecidos, através de um novo modelo de confiança 3.0 dentro da Plataformas Digitais Participativas, na qual o gestor trata apenas de criar o melhor algoritmo possível para a interação não desandar.
As estrelas, curtir, ou não curtir, o GPS, a Internet das coisas, tudo vai nessa direção, pois permitem a troca entre desconhecidos, a participação de massa, na base dos rastros e não mais apenas dos sons, eliminando, por incrível que pareça, a necessidade de um gestor central. Saímos da gestão central para um modelo de auto-gestão, via rastros.
Isso muda completamente tudo na maneira de se pensar as organizações do futuro.
O Waze, por exemplo, vou mostrar isso na palestra, é uma imitação radical da comunicação e da governança das formigas, deveria até pagar royalties para elas (rindo).
Bárbara – O que muda basicamente?
Nepô – Bom, os negócios humanos para serem feitos precisam de uma taxa de confiança entre as pessoas. Quando aumentamos a população ao longo da história, criamos naturalmente uma dificuldade de desconhecidos se comunicarem e fazerem negócio entre si.
Há uma redução da taxa de trocas horizontais e um aumento radical das trocas verticais, que é justamente a origem das crises macro-culturais que passamos. Não confiávamos na compra de uma bateria de celular de uma pessoa do outro lado do planeta, mas agora, por causa dos rastros, isso se torna possível.
E isso abre um novo cenário para que os negócios ocorram.
Há, assim, uma tendência de redução dos monopólios, da diminuição dos centros de poder intoxicados pelos seus próprios interesses e um resgate dos interesses dos clientes/cidadãos, que estão cada vez mais empoderados
A principal mudança atual é um consumidor/cidadão muito mais ativo e que adere e passa a ser um defensor desses novos projetos dos rastros, pois é atendido melhor em termos de custo benefício e isso se vê claramente na briga entre o modelo do táxi e o do Uber.
As organizações, portanto, foram se tornando cada vez mais corporativistas e, ao invés de servir a sociedade, passaram a se servir dela em um movimento do rabo balançar o cachorro e não o contrário. Isso criou um fortalecimento dos intermediadores, reduzindo as trocas horizontais, barrando a inovação e gerando crises macro-culturais.
A crise atual, na verdade, é a incapacidade dos antigos intermediadores estatais e privados, que ficaram caros, corporativistas e lentos.
Isso não se deu por maldade, mas por incapacidade de se fazer algo diferente. A complexidade aumentou a a nossa macro-cultura ficou obsoleta. Não foi, não é e não será jamais um problema moral, mas sistêmico.
O que os novos modelos 3.0 fazem é criar uma relação de custo/benefício melhor, usando os novos tecno-códigos, superando as limitações tecno-culturais anteriores. É isso que está gerando valor, pois está, de uma forma inteligente, pois está resolvendo crises antes impossíveis de serem solucionadas.
Todos os novos negócios digitais, se você reparar, promovem uma reintermediação entre desconhecidos, fortalecendo as trocas horizontais, reduzindo custos e viabilizando, modelos de participação de massa, via rastros digitais, através de algoritmos.
É isso que gera valor e é para lá que as organizações que querem sobreviver devem caminhar: passando das zebras às formigas.
Ou seja, sem o modelo de confiança 3.0, não há negócio entre desconhecidos – a viabilização de negócios e trocas horizontais, o surgimento de novos talentos, vindos diretamente da garagem para a luz, sem filtros.
É disso que a nossa espécie precisa: oxigenação fora do circuito dos antigos intermediadores da informação e dos negócios, trazendo um macro ciclo de inovação similar ao que ocorreu depois de 1500 com a chegada da prensa, que deu a estrutura para a atual sociedade moderna.
Tivemos naquela época, como agora, um movimento macro cultural que passou (e vai passar de novo não necessariamente da mesma maneira e não de forma tão demorada e não na mesma ordem) por uma Renascença, por um Iluminismo, por uma Revolução Industrial e Organizacional, desembocando num pós-capitalismo e numa pós-república.
Foram estes elementos que viabilizaram a Revolução Demográfica em curso (o pico de 1 para 7 bilhões), que tem agora cobrado seu alto preço.
Bárbara – Estas mudanças são regulares na história, é isso?
Nepô – Sim, é o que estamos aprendendo na Antropologia Cognitiva. Veja que o Homo Sapiens 1.0 vivia em comunidades nômades pequenas de não mais de 100 membros e se entendia pelos gestos. Quando resolvermos aumentar o tamanho da espécie, por uma demanda de sexo, família, estabilidade, tivemos que abandonar os gestos, virar sedentários e criar a palavra oral e depois a escrita, que foi a base das trocas do que podemos chamar de Sapiens 2.0, um ciclo que durou 70 mil anos (até a chegada da Internet).
Toda a base da governança das organizações atuais é sonora, baseada na trocas de palavras ou via oral ou escrita.
Uma Governança 2.0 que foi ficando obsoleta, conforme a demografia foi aumentando. A crise atual das organizações se resume a termos um tamanho da espécie de formigas (7 bilhões), mas com um modelo de governança das zebras.
A macro-história demonstra que isso gera crises macro-culturais, que são resolvidas na primeira fase com a chegada de novas tecnologias cognitivas, que abrem as portas para mudanças culturais profundas nos negócios, na sociedade, na economia, na política, na religião, na educação, nas artes.
Isso é feito, através de uma Revolução Cultural e depois numa Revolução Organizacional, alterando completamente o ambiente social.
"As organizações tradicionais lembram muito a orquestra do Titanic. Todo mundo sabe ou intui que o navio está afundando, mas estão meio que paralisados e sem ação tocando a marcha fúnebre para um iceberg 3.0 desconhecido."
Bárbara – Então estamos evoluindo? Podemos ser otimistas?
Nepô – Não progredimos e nem evoluímos, apenas precisamos ter uma sociedade compatível com a complexidade de plantão. Estamos, assim, saindo de um ciclo de 70 mil anos, nos despedindo do Sapiens 2.0, que ficou obsoleto e entrando em um processo de mutação para o Sapiens 3.0, que tem um modelo de governança mais compatível com 7 bilhões de habitantes, nada além disso.
As novas gerações já estão provavelmente vindo com uma plástica cerebral diferente (e isso tem que ser ainda provado por testes) e talvez até uma anatomia cerebral mais compatível com esse novo mundo mais horizontal, todo movido a aparelhos digitais.
O Sapiens 3.0 precisa ser mais criativo e menos dependente da memória, que dá lugar a grandes banco de dados, via Tio Google. O que se espera das pessoas agora é a sua capacidade de interagir, de se comunicar com conhecidos e desconhecidos e ter uma capacidade cognitiva que permita juntar nacos de informação para tomar decisões mais consistentes.
Isso obviamente exige uma mudança radical no modelo de escola.
Bárara – Então podemos ser otimistas?
Nepô – O século XXI, para desespero dos pessimistas, será inovador, de descentralização, de empoderamento dos indivíduos rumo à nossa sina histórica: resolver de forma cada vez mais sofisticada a complexidade progressiva, uma característica estruturante da espécie.
Obviamente, que isso não vai ocorrer sem idas e vindas, sem grandes movimentos dos melancólicos tóxicos que querem voltar ao mundo dos caçadores coletores. Mas, se analisarmos a história, o mundo caminha para a descentralização e de um indivíduo com mais liberdade, pois só se combate complexidade, a história mostra isso, com o empoderamento das pontas para desesperos dos centralizadores de plantão.
Entraremos num movimento em que estamos iniciando a construção do pós-capitalismo, da pós-república e resolveremos as crises que tanto nos assustam, tal como a ecológica.
Tiraremos água do mar de forma barata e começaremos a nos espalhar ainda mais no planeta, começando a imaginar saltar para 20 bilhões de habitantes, doidos, como sempre fomos, por novas macro-crises culturais.
Nossa espécie é muito abusada e esquisita que está aprendendo, com muito sofrimento, sua tecno-faceta.
Bárbara – E por que as organizações não conseguem responder a esse desafio?
Nepô – Toda a estratégia das organizações foi e continua sendo feita baseada em estratégias incrementais, na micro história e resultados de curto prazo, até pelo corporativismo tóxico na qual vivem.
O recurso que usam para pensar e planejar o futuro é através das ferramentas do sentimento e da intuição e não da razão e dos conceitos.
Revoluções Cognitivas são fenômenos raros, pouco estudados, mas que quando chegam mudam a sociedade completamente e profundamente, sem retorno. Isso exige uma maturidade teórica muito mais sofisticada.
E as organizações acham que teoria é algo pouco prático, não conhecem aquela frase famosa de que "não existe nada mais prático do que uma boa teoria".
"Estamos com nossa taxa de percepção na garagem, quando precisávamos estar cem ela na cobertura de um arranha céu."
Bárbara – Como superar isso?
Nepô – Sugiro a Estratégia Disruptiva, que trabalha com conceitos e a macro-história e, dentro desta, o estudo da Antropologia Cognitiva, que analisa as mudanças de mídia, que é justamente o que está alterando a sociedade hoje.
Como metodologia, trabalhar em áreas separadas da organização, pois não se pode misturar formiga com tamanduás.
É bom que fique claro. Vivemos agora algo muito mais profundo do que a chegada da prensa, em 1450: uma Revolução Cognitiva Disruptiva, em que não só descentralizamos a mídia, como fizemos com a prensa, mas estamos introduzimos novos tecno-códigos, os rastros, que nos faz ter um upgrade da espécie.
Na prensa, passamos de um Homo Sapiens 2.1 para um Homo Sapiens 2.2. Agora, não. Estamos mudando de versão, passando de 2.0 para 3,0, com novos tecno-códigos e baseando o epicentro da sociedade não mais no modelo dos mamíferos, mas agora das formigas.
Algo assim, só tem paralelo a 70 mil anos, quando começamos a falar em que começamos a jornada do Sapiens 2.0.
Bárbara – Temos então uma visão de curto prazo?
Nepô – Certo. Diria que estamos vivendo mudanças que irão impactar no longo prazo, mas a nossa cabeça foi educada a pensar só no curto. A crise é basicamente de percepção.
Estamos com nossa taxa de percepção na garagem, quando precisávamos estar cem ela na cobertura de um arranha céu.
Em nome de lucrar mais no curto prazo e não conseguir sair para uma estratégica mais disruptiva, muitas organizações irão fechar as portas. Não conseguem compreender a dimensão da mudança e se agarram a sensações e não a uma teoria que possa realmente juntar as peças do quebra-cabeça de forma mais coerente, com causas mais sólidas e saídas menos emocionais.
As organizações tradicionais, no fundo, lembram muito a orquestra do Titanic. Todo mundo sabe ou intui que o navio está afundando, mas estão meio que paralisados, tocando a marcha fúnebre para um iceberg 3.0 ainda desconhecido.
Conheça Carlos Nepomuceno
Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense/IBICT Instituto Brasileiro em Ciência e Tecnologia com a tese "Macro-crises da Informação".
Atualmente, se dedica à implantação de projetos de Inovação Participativa em organizações públicas e privadas, incluindo Escolas. Atualmente, tem ajudado neste campo a IplanRio, empresa de tecnologia da Prefeitura do Rio de Janeiro e a Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro e a ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre, entre outros. Professor nos seguintes cursos do Rio: MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, Gestão Estratégica de Marketing Digital e/ou Mídias Digitais nos cursos de Pós-graduação da Faculdade Hélio Alonso (IGEC) e Mídias Digitais Interativas no Senac/RJ, bem como, em diferentes curso de pós, MBA da Universidade Veiga de Almeida, além disso, professor do IBP – Instituto Brasileiro do Petróleo.
Palestrante do AgendaPolis (Brasília), onde já promoveu oito encontros sobre o tema "Governo 2.0" para organizações dos Governos Federal, Estadual e Municipal. Autor do livro "Gestão 3.0 e a crise das organizações tradicionais", publicado pela Editora Campus/Elsevier, em agosto de 2013.
Escohlido como um dos 50 Campeões brasileiros de inovação, pela Revista Info, em 2007. É também co-autor junto com Marcos Cavalcanti do primeiro livro sobre Web 2.0 no Brasil: Conhecimento em Rede, da Editora Campus/Elsevier, utilizado em vários concursos públicos, incluindo o do BNDES.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
SENHORA NO VERMELHO NO FUNDO CINZENTO de Miguel Delibes
"Não lhe importava seu cinismo, o atrevimento, a desfaçatez. A genialidade costuma vir acompanhada desses inconvenientes. (...) Um contestador, isso é o que ele é; eu ria: um questionador. Mas ela ficava fascinada por pessoas diferenciadas, com perfil próprio. (...) Todas as pessoas extraordinárias são cheias de contradições."
"Eu amei o livro, mas o livro escolhido espontaneamente. Ela entendeu que o vício ou virtude dependia li o primeiro livro. Aquele que veio a se interessar por um livro, inevitavelmente, tornou-se um escravo para ler. Um livro de relatar você para outro livro, um autor a outro autor, porque ao contrário do que costumava ser dito, os livros que você nunca resolveu os problemas, mas você criou, de modo que a curiosidade do leitor nunca estava satisfeito. E para apelar a outros títulos, você iniciabas uma corda, mas não pôde concluir com a morte. Ela sentiu fome da palavra impressa. E ele me pegou. Ela era a pessoa que se aproximou de mim para livros, alguns livros e autores. Na verdade, eu abriu as portas para esse mundo. "
pintado pelo escultor Martins Correia fotos Daniel Rocha
"Nem era sincero, mas ambos fingiam e nós aceitamos, com antecedência, a situação. Mas, mais frequentemente, que manteve o silêncio. Nós só tinha de olhar para nós mesmos e conhecer a nós mesmos. Nada importava silêncios nós. Estávamos juntos e foi o suficiente. Quando ela viu que era ainda mais clara: que Desktop, sem palavras, aqueles olhares sem projeto, sem esperar grandes coisas da vida foram simplesmente felicidade. Eu olhei nos tópicos principais da conversação que podem interessar-la, mas eu era o mesmo que antes das canvas brancos: eu não conseguia pensar em nada. A maior empenho, maior ofuscação. Expliquei uma manhã, como de costume, caminharam de mãos dadas: O que vamos dizer-nos? Sinto-me feliz e ela respondeu. "
"Na vida você têm vindo a aprender algumas coisas, mas você falhou no essencial, isto é, você falhou. O pensamento deprime você e isso é quando apressadamente procurando um remédio para arrastar com dignidade o futuro. Agora eu não vai ter ninguém na mão quando Temo assalto. "
"Senhora no vermelho no cinza" é um romance do escritor espanhol Miguel Delibes publicou, em 1991, uma bela história que conta a história de um pintor de renome, que mergulhou numa grave crise criativa, está girando antes de sua filha suas memórias mais íntimas em um monólogo que é ao mesmo tempo uma homenagem e exorcismo. Sua história centra-se em dois eventos: a prisão de sua filha e seu marido por razões políticas e, principalmente, a doença ea morte de sua esposa, Ana, aos quarenta e oito anos de idade após uma operação. Ana contagiosas um senso de beleza e plenitude que levou toda a sua extensão no fundo cinzento da vida cotidiana e os problemas da doença. História de amor de uma corrida frenética em direção à morte e retrato surpreendente de uma personagem feminina. O pintor está dizendo a sua filha a relação que teve com sua esposa, sua musa e inspiração, uma vez que perdeu desde que ela precisava, não pintar nada de novo.
O nome do livro vem do nome de uma imagem. Ana tinha simpatia por um pintor de idade, Elvira Garcia, que participou depois de ficar viúva. Elvira Garcia é aquele que retrata: "Foi nessa fase quando pintou o famoso retrato com vestido vermelho [...] iludiu o fundo, apenas uma mancha cinza azulado muito escura, em contraste com o vestido vermelho." . Assim é o narrador que faz ver seu ciúme pelo pintor, que tenta seduzir sua esposa, e seu trabalho, pois ele não podia suportar ter sido outro que capturou em toda sua glória.
"Senhora no vermelho no cinza" é uma profunda lição de humanismo e maturidade artística que Miguel Delibes só poderia oferecer.
Miguel Delibes Setién foi um escritor, jornalista e catedrático espanhol e membro da Real Academia Espanhola desde 1975 até sua morte, ocupando a cadeira
Miles Davis mudou a face do jazz como a conhecemos
O som é sua voz, você tem que encontrá-lo. Tocam billetes originais, sem dúvida, mas não têm um som próprio. Não é muito difícil tocar notas originais. O som, é outra questão. O som representa um mesmo.
(foto Aaron Rapoport/Corbis)
Mira, escúchame: à primeira nota me reconhece, não?, Você sabe que sou eu. Isso é o som. Cada qual tem trabalhar sua originalidade, as suas raízes.
Às vezes, quando me escuto, parece-me que sonhar demasiado banal, demasiado branco, bem que volto a trabalho. É algo muito exigente. Neste momento, os saxofonistas não procuram um som próprio. Ou não o encontram.
Todos copiam o som de coltrane. Há muito poucos sons originais na música criativa. Muito perfeccionismo, isso sim, muita reprodução, mas muito pouco som próprio. O som só pode surgir do grupo, há que se esforçar muito. Agora há muita competitividade, uma espécie de rivalidade desportiva. Se procura a perfeição para fazer dinheiro, mas não há som. O som, o desenho, a roupa que tenho sobre o cenário, faz parte da mesma coisa, é a busca de um só cor. Tudo contribui para a expressão do que você é. (Milhares Davis).
Miles Dewey Davis Jr foi um trombetista, compositor e bandleader de jazz norte-americano. Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na vanguarda de quase todos os desenvolvimentos
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Meu Adeus YONÁ MAGALHÃES ETERNA
YONÁ MAGALHÃES faleceu, aos 80 anos, na manhã desta terça-feira (20), no Rio de Janeiro. A atriz estava internada desde domingo (18) no CTI da Casa de Saúde São José com problemas cardiológicos e não resistiu. O último trabalho de Yoná na televisão foi na novela Sangue bom, que foi ao ar em 2013, TV GLOBO novela. Ainda não há informações sobre o sepultamento da artista.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Pelo sonho é que vamos...via Interlúdio
Menino ganhando sapatos da Cruz Vermelha - fonte: CONTI outra
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
GARAGEM SALE CAPITAL IMPERDIVEL QI 28 conj 9 Cs 25 LAGO SUL
Que quando ACHADO, não se pode deixar passar a oportunidade de se adquirir, IMPERDÍVEL.
Garage Sale podemos dizer bazar arte de encher os olhos distribuídos com mobiliário modernos e
angitos, pintura, gravuras nome renováveis, artesanato, ,iluminarias, abajures,objetivos decorativos ,,eletrodomésticos,
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Olhem queridos aí.
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quinta-feira, 15 de outubro de 2015
O que você deve saber: Brasil coloca refugiados sírios no Bolsa Família
Dados de julho do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostram que cerca de 400 refugiados sírios estão no programa Bolsa Família.
O governo não informou, no
entanto, o valor recebido pelos sírios. O valor médio do auxílio é de R$ 167 mensais.
Entre os países da América Latina, o Brasil é o que mais recebeu até agora pessoas fugindo da guerra civil da Síria. De acordo com o Ministério da Justiça, 2.097 sírios vivem no país atualmente de um total de 8.530 refugiados de diversas nacionalidades.
(Foto: Fabio Arantes/ Secom)
Embora tenham qualificação profissional, muitos sírios, no entanto, não conseguem emprego diante da crise econômica atual e também por não falarem português. O Brasil não tem um programa específico para refugiados.
A inclusão de sírios no Bolsa Família vem aumentando desde 2013, quando sete famílias eram beneficiadas. Atualmente são 163 famílias. O programa tem ao todo 15.707 famílias com estrangeiros.
Ainda de acordo com o ministério, todo estrangeiro em situação regular no Brasil pode ter acesso ao Bolsa Família, pois a lei nos os distingue dos brasileiros.
fonte:opiniaoenoticia.
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